Talita é publicitária, vinda do interior de Minas Gerais e formada em Belo Horizonte. Desde que chegou à cidade, ela mora no apartamento que herdou do avô, no edifício Governador Juscelino Kubistchek.
Ricardo é gastrônomo. Ele viajou para a Espanha, onde morou por alguns anos e estudou.
Eles se conheceram quando ela foi passar férias na Europa, e desde que Ricardo voltou para o Brasil – buscando, talvez, iniciar o próprio negócio – estão namorando. Desde seu retorno, Ricardo vive com os pais em uma vizinhança nobre da cidade.
Recentemente os dois firmaram noivado. À medida que se aproxima a data do casamento, a discussão a respeito de onde irão morar se torna mais acalorada.
Talita gosta bastante do apartamento que tem. Quando ela chegou à cidade foi para onde se mudou. Ao longo do seu desenvolvimento pessoal e profissional, ela transformou o lugar mal mobiliado e mal cuidado em sua verdadeira casa. Hoje ela não consegue dissociar a própria identidade do lugar. Para Talita, não existem duvidas de que seu apartamento – devidamente reformado para acomodar também o futuro esposo e suas necessidades – seja um bom local para se viver.
Ricardo pensa diferente. Ele não consegue enxergar sua vida num futuro próximo – um chef moderno, recém casado com uma publicitária notória – vivendo em um edifício tão antiquado, mal freqüentado e, a seu ver, decadente. Embora Talita faça resistência, ele espera convencê-la a se mudar para uma região mais nobre – um apartamento mais confortável, moderno, próximo de onde ele planeja inaugurar um restaurante.
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