domingo, 7 de novembro de 2010

Camila Rozendo

VITRA DESIGN MUSEUM

 
INFORMAÇÕES TÉCNICAS:

O Vitra Design Museum, primeiro projeto de Frank Gehry a ser construído em solo europeu, é um museu de patrimônio privado. Localizado em Weil am Rhein, ao sul da Alemanha, o museu foi construído em 1989 e expõe móveis de importantes designers, produzidos pela Vitra.
 










Croqui do Museu Vitra





As formas desconstruídas e as fachadas provocadoras do edifício de Gehry criam uma série singular de espaços de exibição, iluminados por torres de luz e grandes tetos envidraçados.
Esta obra é uma contradição por si própria. Ao mesmo tempo em que busca uma relação de formas extremamente inusitadas que não seguem um padrão, uma lógica, e ao mesmo tempo conseguem compor a fachada quando juntas, possui uma certa monotonia quando se trata do mesmo revestimento utilizado para a parte interna e externa.
Não existe uma predominância de uma única forma, e sim uma combinação de diferentes formas que contrastam entre si e compõe o todo.


ANÁLISE CRÍTICA COM BASE NOS CONCEITOS DE CALVINO – RAPIDEZ:

Para Calvino a rapidez não significa “velocidade” no sentido literário da palavra e sim acontecimentos sucedendo-se rapidamente. É como o que acontece quando entramos no museu e a cada passo dado nos deparamos com algo diferente e surpreendente, que nos levam aonde queríamos chegar e ao mesmo tempo nos fazem perceber o espaço. Sendo uma verdadeira explosão de formas e volumes geométricos, o Vitra Design Museum é um edifício de um único espaço, porém fragmentado. O contraste no tratamento das superfícies, metálicas e opacas, transparentes e translúcidas causa grande impacto no visitante.


Segundo Calvino, a rapidez de pensamento quer dizer antes de tudo agilidade, mobilidade e desenvoltura, qualidades que nos fazem chegar ao museu e entender o espaço, e não apenas chegar diretamente ao objeto exposto no museu, observá-lo e ir embora. Para isso passamos por diversos acontecimentos, percepções e obstáculos que retardam a chegada, como os desenhos gerados pela própria iluminação natural no interior do edifício. Seria isto a velocidade mental, o prazer que ela proporciona a aqueles que são sensíveis a essas percepções e acontecimentos. 


Portanto, para Calvino, “não se trata de chegar primeiro a um limite preestabelecido; ao contrário, a economia de tempo é uma coisa boa, porque quanto mais tempo economizamos, mais tempo poderemos perder.” Ou seja, após estes acontecimentos, percepções e sensações interligados, essas correlações invisíveis, que sucedem-se rapidamente e nos fazem chegar ao objeto exposto, podemos parar e admirar a obra, tranquilamente.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
 
CALVINO, Ítalo. Seis Propostas para o próximo Milênio: Lições americanas. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, c1994.
GLANCEY, Jonathan. A História da Arquitetura: 2000 Dorling Kindersley Limited, London. Edições Loyola, São Paulo, 2001.
 

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